segunda-feira, outubro 20, 2003

A Alguém...

Passam os dias e sentes que és uma perdedora, sem alma sem rumo. Não te julgues só, solidão é uma história de ninguém. Nunca se está só, no mínimo está-se consigo mesmo. Sei que já viveste muito, na vida curta que tens, sei que já sofreste muito, talvez mais que uma ave sem céu, ou um peixe sem mar. Procuras um rumo, um barco, uma história de embalar. Sonha, contigo e com a vida, com flores, sorrisos celestiais como o teu ou com choros de criança que perdeu a boneca. Tu sabes onde está a tua boneca, mas não a queres encontrar. Sabes do teu mar, do teu céu mas queres perder-te, mais uma vez. Perde-te, quem te ama encontra-te, deixa-te viver. Estas palavras de nada servem, mas ao menos sei que te fazem lembrar alguma coisa. Algo que sempre esteve presente mas nunca existiu, o teu sonho. O teu sonho de vida. Sonha e deixa voar... Sonha e deixa viver.

Alvaro Punhal.