quarta-feira, junho 30, 2004

Conto de uma tarde de Verão

Aconteceu, como num sonho, uma miragem rarefeita, um oásis de prazer. Agarrados como se disso dependesse a vida (ou o nosso amor, que é mais importante que a própria vida) e já entranhados um no outro pelo suor e pelo olhar, amámo-nos sem cessar, como o fazemos sempre, a cada momento, desde que nos conhecêmos... o calor, o sentir, as gotas, o cheiro profano do sexo, escorriam de mim para ti com gosto, já nem eram meus; também não eram teus, são nossos.

Sorrimos.

Pediste-me para dançar, ao som da Carta daquele que ouvimos naquela noite especial; a música era um pretexto terreno, porque vivemos no plano etéreo onde sempre que pensamos um no outro (e como pensamos...) a música é nossa e só nos a ouvimos, se bem que outros a sintam quando irradia o que somos um para o outro. Outra vez agarrados, entranhados desde sempre, com os olhos fechados de quem conhece o corpo do outro de cor como se fosse o próprio, dançámos até a música parar e depois, no silêncio da nossa própria canção. Queria dizer-te tantas coisas, se tu imaginasses...

...mas tu imaginas, e sentes (eu sei). Quando os teus braços se recolocaram e a tua cabeça poisou daquela maneira em mim, percebi perfeitamente o que me dizias. E respondi-te que sim. Para sempre. Sem o dizer.

Amo-te.

sábado, junho 26, 2004

Oh coisas lindas.

(É privada sim.)

É bem, para já, peço descolpa por ter demorado tanto a executar esta tarefa.

Depois, gostava de dizer obrigado por terem perguntado, pelos vistos não me importo de ficar em casa desde que seja feliz.

Dizem vocês, vamos apanhar a ramada hoje? "Oh Ventura és tão fácil de enganar."

Serei? Ahahah.
Afinal de contas já chegas-te?

Coisa estranha essa.

Pitinho Ventura.

PS: Todos os erros ortográficos presentes nesta amostra, são propositados e sem qualquer indício de insanidade mental presente na minha pessoa...

PS2: Obrigado minhas lindas, vocês sabem que eu vos amo, são as minhas melhores amigas.

HAHAHAHA.

Prometemos voltar.

Tempos dificieis.

A ver se brevemente, a inspiração volta.

Obrigado.

Francisco Ventura.

terça-feira, junho 15, 2004

Exames.

Exames e basta, a minha ausência deve-se a isso...

Tentem lá falar vocês, até porque destoo, como diria alguém. Hehe...

segunda-feira, junho 07, 2004

Vagueando

Percorro a noite em direcção ao silêncio dos teus sonhos; dispo-te na minha cabeça, entre murmúrios de canídeos e casais menos comedidos, separados, apenas e nesse momento, por quatro paredes que lhes conferem uma falsa humanidade. Sinto-te só. Sinto-te minha. Oh fugaz morte... leva o pouco que resta de mim, na imensidão soturna do vazio...

*

O teu sorriso pela manhã,
quando acordas com os lírios e os pardais,
é a mais terna certeza da essência do amar.

A doce monotonia de saber
que ao abrir os olhos
estás a meu lado,
perfeita,
envolta na neblina dos sonhos,
que te acompanha a cada gesto.

Ainda em silêncio, ali, onde a solidão termina e o azul do céu é mais azul, sinto-te cair sobre mim, platonicamente (como se fosse a primeira vez), e o ritual começa: primeiro apressa-se a brisa da manhã a cumprimentar-te, beija-me as costas de mansinho, deixa-te serena como a bruma que a pouco e pouco se desfaz. Logo de seguida, tímido como sempre, irrompe a medo o primeiro raio de sol. A tua silhueta é agora dourada, e o teu sorriso maior. Magnânime.

Cheira a terra molhada e ouve-se a chuva lá fora, cheira a amor e ouve-se o bater em uníssono dos nossos corações, cá dentro.

"Bom dia, meu amor"
E beijas-me.

quinta-feira, junho 03, 2004

Se fores embora.

Não sei, acordei feliz,
a luz estava a entrar.

Agora sei, quando chegar a casa.
Sei onde estás.

Deixa-me acreditar!

Estou feliz.

Álvaro Punhal.