quinta-feira, agosto 19, 2004

Fragilidades.

Quando nos levantamos, e olhamos o sol, ficamos tão frágeis.

Francisco Ventura.

segunda-feira, agosto 16, 2004

Pobre coitado.

Pessoas... Que raio andei a fazer durante toda a vida, enquanto fingia criar lágrimas a que chamei sentimentos? Não sabes, não sei, ninguém sabe.
Ninguém sabe! No entanto insisti em ser alguem sob nomes que não eram o meu, em criações literárias ou sonhos por desfazer. Chama-lhe o que quiseres, mentiras, excepções á regra.

Chama-lhe MERDA.
Uma coisa é certa, os vazios que sentia, foram desaparecendo aquando das caminhadas.
Ego? Nada disso.

O ego morreu há muitos anos.
Quando me recusei a escrever com o meu nome.

Pobre coitado... De mim.

Francisco Ventura.

PS: Na ignorancia de saber se o post do jamiro era uma crítica, ou fosse o que fosse, decidi responder nas minhas medíocres e falsas palavras a uma provocação... Sim, senti-me provocado.

Irra!

Aparentas a solidão quando só te resta a amargura da vida banal a que estás confinado. Esfaborido e a fugir inventas mundos e pessoas e mais uma vez só te resta o que tens, enquanto anseias pelo que não podes ter. Enganas os tolos, mas isso nem são papas nem bolos: são palavras, e essas não se vendem, nem se enganam, impossível enganar quem delas bebe. Mas pobres coitados, acreditam em ti e tu mentes, poeta, qual poeta? O que mente, o que é um fingidor? Tomara tu seres meia pessoa da pessoa que Pessoa era! (Já mo tinhas dito, mas não o sentes, o teu ego não deixa espaço para honestidades) Tenho pena de ti. Deixaste-te abater pela mediocridade e já não procuras cativar; limitas-te aos tolos, aos burros, aos vazios, aos que pensam dominar as palavras, aos que te lêem e aos que falam contigo, mas não sabem nada, felizes ou infelizes, importantes ou não importantes, serão merda toda a vida enquanto se julgarem donos das palavras! Tolos! As palavras não são deles! São minhas! E só te será reconhecida a genialidade quando a mostrares derradeiramente: pega na pena e deixa que ela te mate. Os outros metem-me nojo, e juntam palavras sem saber que uma palavra é uma palavra e que isso é muito mais que tudo o que alguma vez essas pobres almas burguesas viverão! Choram tristezas que não são as delas, cantam amores que nunca viverão, maltratam as palavras com a sua infantilidade premente! Deixa-as! Volta para aqui! Cativa os que merecem! E deixa a mediocridade de lado! Manda-os à merda! Manda-os de uma vez! Mas manda-os para sempre! E que o teu espólio o reflita! Não tenhas medo de dizer nomes! Trata os tolos por tu, e manda-os apanhar no cú!! A sodomia literária a que te restringes é o cúmulo. Vai agora, e que por uma vez te tornes Homem: Homem com P maiúsculo, de Palavra.

Aforismos e letras, letras

Tento
descobrir o infinito da solitude
enquanto se esvaiem em sangue os sonhos da juventude
perdida

Com a supremacia do exímio
escolho sem medo o desconhecido
orbes e urbes se adivinham
a cada estante caída

E tento, mais uma vez
descobrir o infinito da solitude
enquanto se esvaiem em sangue os sonhos da juventude
perdida

A passo e passo se vão
e desenrolam pesos e medidas
vidas, são vidas
horas e minutos, causas escondidas

E sonho descaradamente
descobrir o infinito da solitude
enquanto se esvaiem em sangue os sonhos da juventude
perdida

Vazio e compreendido
entre duas fronteiras mordazes
de um lado a espera sorumbática
de quem do outro sabe o que vale

E não consigo
descobrir o infinito da solitude
enquanto se esvaiem em sangue os sonhos da juventude
perdida

Campos de morte a percorrer
outros de concentração só lhes resta o epíteto
não tive vagar de os surpreender
esganiçaram e quem morreu fui eu

Desisto de
descobrir o infinito da solitude
enquanto se esvaiem em sangue os sonhos da juventude
fodida.