terça-feira, setembro 28, 2004

Mais informo.

Fico estupefacto, isto de ser caloiro, ninguém me andar a praxar, não ter tempo para ninguém, não ter tempo para estudar...

Não me lembro de mais nada agora.

Calma, a perplexidade não se fica por aqui, tirando o facto de querer sair à noite e ficar estoirado na primeira meia hora, apetecer-me dormir nos bares, ou morrer de bêbedo, e dormir descansado...

Gah.

Ando estranho.

Francisco Ventura. (Noutro corpo, entenda-se.)

sexta-feira, setembro 24, 2004

Olhos nos olhos.

Combinámos o local, a hora, o dia.

Faltou o motivo, que rapidamente se descobriu na primeira troca de espelhos de alma, á vista desarmada, casal enternecido.
Não, nem perto, éramos a felicidade, éramos o tempo, as eras, as estações.
Ficámos ali eternamente. Naquele momento. Mãos dadas, timidamente.

Ao fundo, um por do sol. Á frente, o arvoredo centenário, palavras gravadas dentro de nós.
E deles.

Abanas-me a caneta, rindo, percebes a mensagem, sorris. Beijas-me.
Fazes-me rir, criamos animais, pessoas, mundos, casas, crianças, nomes... Sorrisos, olhos nos olhos.
Vemos o que mais ninguém vê.

Vemos o amor.
Como é bom abraçar-te, e sentir que a efemeridade perdeu a batalha.

Amo-te muito.

Álvaro Punhal.

PS: Augusto, estou a ficar preocupado...

domingo, setembro 19, 2004

A morte do sentimento estaria mais próxima.

Acredito tanto na morte da efemeridade que nem deixo hipótese de regar até á eternidade.

Francisco Ventura.

quarta-feira, setembro 08, 2004

Confissão.

Ahah, ficaste comigo durante anos, sem saberes o que me movia no teu sentido, os defeitos que insistias em mostrar-me, pequenos testes.
Agora, confrontas-me com a verdade, e dizes que me amas, numa corrida em que estamos juntos, na mesma maré.
É tão bonito, vermos a noite juntos, nascermos os dia juntos, abraçados, extasiados, sermos um só.

Agora, perguntas-me porque te amo...

Precisas mesmo de saber?

Álvaro Punhal.

quinta-feira, setembro 02, 2004

Tanta saudade.

Depois de todo este tempo fora, sem dizer, sem ler, sem sentir!

É muito bom encontrar o que encontrei!

Andei numas viagens pelo mundo interior, em descobertas lentas, longas e bestiais.

Digo-vos mais, aconselho toda e qualquer visita a um sítio verde, do lado de cá do rio, com uma linha de comboio do outro lado, em cima, no monte.
Ver as caras, pequeninas, nas janelas. Crianças a gritar, acenando!
Gestos obscenos, por vezes.
Cómicos até!

Céu impune, virgem, limpo.

Árvores em forma de animais, deformados pelas sombras.

Memórias que deixei, fumar deitado, nas raízes de uma árvore sem idade. Observar o barco, baloiçando nas ondas do rio.

Desenhos de algas, que não consegui fotografar.

Foi um mundo que deixei para trás... Certamente.

Álvaro Punhal.

À noite...

Ás vezes, quando a noite cai e a chuva se faz sentir, questionamos o facto de não termos asas...

Porque insistes em cortar-mas?

Francisco Ventura.