sábado, março 20, 2004

Mas é claro!

Ontem descobri que a bebedeira pode porporcionar ao ser humano comum propriedades que não julgava ter.

Tais como:
1- Sente-se maior.
2- O chão move-se incansávelmente.
3- Ganha capacidade de falar várias línguas, sem saber o que diz.
4- Joga bilhar, estoira dinheiro, e acaba por desistir sem acabar o jogo.
5- Leva a mota para casa, ou a mota é que o leva?
6- Volta para o computador depois, e não percebe no dia seguinte porque algumas pessoas não falam para ele.
7- De manhã, o escritório cheira a éter, intensamente.
8- Não consegue ir para o quarto, por isso dorme no escritório.
9- Odeia o cão que mora em casa.
10- No dia seguinte tenta escrever coisas engraçadas.

Francisco Ventura.

Estava na "A Tasca", isto: (continuação)

O mais carnal que se passara entre nós tinha sido ao nível do olhar. A tensão sexual entre nós era tanta, que nenhum arriscava um toque, por mais "pretensiosamente inocente" que fosse. Mas pelo olhar... oh quantas vezes já tinhamos rasgado insanamente a roupa um ao outro, para depois te deixares ser empalada... que violência.

Mas tudo muito platónico, claro está. Como seria possível essa gravidez?

"Trespassaste-me o coração com a tua presença. Aliás, que se foda o coração! Que nunca o tive! Mas arrancaste-me a alma, sem pedires licença deixaste-me a esvair em sangue... e nem sequer voltaste para estancar a ferida. Amaldiçoaste-me. E, enquanto doer, vou amar todos os homens, e deixá-los criar em mim o mais duro dos infernos, vou fazê-lo crescer, na esperança (que também nunca a tive) de que um dia, quando menos esperares, sofras cada bocadinho de mim que se sente assim. No entretanto já amei alguns. E sempre, sempre a pensar em ti. Não estava com eles, estava contigo. A pensar em ti. Isto que trago dentro de mim, é teu."

Estava na "A Tasca", isto:

Escolheste o dia. A tarde. E a hora. Sentados no terceiro banco daquele jardim por onde passam os personagens da telenovela do ex-canal de Cristo, não estava preparado para nada que me pudesses querer dizer. Mas o Sol em excesso recaía sobre nós, e eu esquecia-me novamente que ali estavas, deixava-me ficar.

"Estou grávida. De um filho teu."

segunda-feira, março 15, 2004

É o tempo.

Areia quente, memória,
procura terna, doce
o teu olhar,
reflexo,
amar.

Estou soterrado,
na areia morna.

Sentimento.

Está!

Está sol!

Álvaro Punhal.

quarta-feira, março 10, 2004

"Vivo Sonhando"

"Vivo sonhando, sonhando mil horas sem fim.
Tempo em que vou perguntando, se gostas de mim...
Tempo de falar em estrelas, falar de um mar, de um céu assim,
Falar do bem que se tem mas você não vem, Não vem!
Você não vindo, não vindo a vida tem fim.
Gente se rrindo, falando, zombando de mim
E eu a falar em estrelas, mar, amor, luar...
Pobre de mim, que só sei te amar."

"Vivo Sonhando"-Tom Jobim


domingo, março 07, 2004

Até no fundo azul.

O contraste.

Gostei da imagem.

Isto das fotografias começa a tornar-se um vício.

Há algo de nostálgico.



Álvaro Punhal.

Estranha forma de sobreVIVER

Estou á espera do desejado milagre!
Com esperança de que melhores dias virão,
E me levem daqui,
Desta estranha forma de sobreviver

Afinal, para alcançar o futuro,
Preciso esquecer o passado,
Aproveitando o presente,
Escapando as malhas do tempo.

Estranha forma de sobreviver ....

sábado, março 06, 2004

Não aceitas a derrota, pois não?
Obrigas-me a responder-te à letra, pois então!
(disse "letra"? oh vil perdição de me enganar,
queria dizer, como deves calcular, "a rimar" "a rimar" "a rimar")

"Serão os líquidos que sobrevovam."
SerÃO?
Porque se alto outrora voavam,
estÃO agora regorgitados no chÃO.

(oh alma que partes inteira, por amor de Deus, não seria escusado tanta sujeira?)

Ok,

ganhei :)

(sóbrio 1 vs alcoólica 0)

Toma lá outra vez ;)

"Foi lindo" dizes.

Ganhei?

TOMA :P

Como me fizeste prometer, a esta não vou responder.
Mercenária deste mundo, pagas a mentira,
essa tua máscara que te esconde, tira, tira!
E é assim a rimar, "só pra contrariar"
esta agora é muito infantil, é assim que vou acabar.

;)

Dizes "rimas, são merda" "falsidade pura" e "merda" outra vez!

Mas quando acontece singela e pura, sem querer, será "merda" realmente ou uma "merda" por fazer?

Mas quem cria afinal?
Serás tu "Filipa"? Ou "tu", que (não) sabes quem és?

(avanço ainda com outra hipótese, será o álcool que choras que escreve?)

Olha para o palhaço que sou, que madruga nesta vida,
lembra-te que quando querias chorar mágoas
não te deixei cair mais do que simples gotas da bebida;

(e já dizia o outro, "hei-de engarrafar-me/ e beber(-me) de pénalti)

Agora que já estão secas essas lágrimas, agora que és una outra vez (pelo menos por mais umas horas), deixei de contar o tempo. Mas vida indiferente e calçada branca pura, nunca! Viva a cor e a diversidade, o tempo que perdemos nestas tribunas de onde vemos o mundo ao longe!

Agora este post, em 3 segundos?
Surpreendes-me "Filipa".

Os segundos
são o medo,
são a angústia,
são também o amor,
são também a paixão,
são,
enfim,
a espera.

(qual vida indiferente qual rua descrente, sabes bem que não és una sabes bem que não sabes quem és)

aaa

Escreveste esse texto em 15 segundos "Filipa". Com tanto talento a brotar, realmente seria impossível manteres-te una muito tempo. (afastas assim, mais facilmente, a loucura)

sexta-feira, março 05, 2004

Como o Blog mudou a minha vida - Estados de espírito, sorte e azar

Antes do blog, se eu passasse ao lado de um belo jardim florido, era certo e sabido que por avaria técnica do sistema de rega, o dito cujo inexplicavelmente começaria a funcionar, molhando tudo ao seu redor, nomeadamente a minha pessoa. Eu ficava lixado, molhado e ninguém queria saber disso para nada.

Agora, quando eu passo ao lado de um belo jardim florido, continuo a ser molhado, continuo a ficar lixado, e continua a tradição de ninguém querer saber disso para nada. Contudo, escrevo isso no blog.

Não sei não.

Quando abri o blog hoje cheirou-me a alcool.

É Jamiro?

Francisco Ventura

eheh

:)

Como o Blog mudou a minha vida - Qualidade de vida II

Antes do blog, eu bebia muito. Apanhava grandes narças, e chegava muito tarde a casa, deitando-me de madrugada e acordando tarde e perdendo o resto do dia.

Agora, não bebo. A saudade do blog faz-me voltar para casa antes de pegar num copo que seja. Chego cedo a casa, sento-me, escrevo posts, deito-me de madrugada, acordo tarde, perco o resto do dia.

Como o Blog mudou a minha vida - Qualidade de vida

Antes do blog, eu era um alcoólico anónimo. Agora sou um alcoólico com username.

Como o Blog mudou a minha vida - Admoestações

Agora quando alguém me quer repreender, nomeadamente PAI, no meio da admoestação surge, invariavelmente, a palavra "blog".

Do género,

Pai: Não queres falar mais alto? Contar a toda a gente?
Eu: Mas, mas, mas...
Pai: Já agora põe no blog!

Como o Blog mudou a minha vida - Confissões

O sexo feminino evitava-me.

Eu bem tentava. Com o que estava ao meu alcance, claro.

Afinal de contas, eu nem era muito feio. Não era musculado, mas ao menos não era gordo. Tentava ser simpático, um bom amigo, sincero, honesto e íntegro; era amigo das artes, ia todas as semanas ao cinema, ao teatro, ouvir poesia e a concertos, fazia teatro e recitava poesia, escrevia poemas, escrevia música e tocava-a, inventava mil e uma surpresas românticas, comprava flores, segurava a porta para passarem primeiro, era bem educado, bebia socialmente, não dizia palavrões, aprendi a cozinhar e não as deixava fazer nada que eu pudesse fazer por elas. Praticava desporto, jogava bem quando elas viam, dedicava golos e vestia um equipamento preto com a glória dos anos e com o número 10. As mães adoravam-me e os pais ainda mais. Apareci na televisão, jantei com o Presidente da República, em directo do Palácio de Belém para o resto do país. Participei num debate na rtp sobre a SIDA, fui presidente temporário da associação de estudantes da minha escola, estive na direcção da mesma. Trabalhei num programa semanal na rádio, cheguei a fazer um livro, do nada, para oferecer, viajava quilómetros de comboio se fosse preciso só para fazer aquela surpresa (que às vezes era só um jogo de basket), tirava boas notas, tinha cultura. Ia ao ginásio. Oferecia prendas caras. Pagava sempre tudo.

Mas nada de nada. Cada vez mais evitável.

...

Agora finalmente descobri o pormenor que me torna charmoso e irresistível... tenho um blog! :)

quarta-feira, março 03, 2004

Cai a noite.

Ah! Que bom sentir a brisa, os caminhos que decalcamos, recalcamos, pisamos, sentimos, amamos.

Recordamos.

Paramos, sentamo-nos num banco de jardim. Envolvo-te nos meus braços, carinhosamente. Sinto o calor que emanas, sei que de dentro.

O perfume de rosas, impregnado na tua pessoa, na beleza que insistes em transportar em cada parte do teu corpo.

Como é bom sentir, no duro do banco de jardim, na noite escura, o fluir do amor.

Álvaro Punhal.

DESmedos

Ah pois...este é só mais um daqueles dias marados...
Em que a vida não faz falta,
Mas em que a lua anseia pela nossa chegada,
E nós teimamos em partir.

Um daqueles em que tudo nos parece certo (mesmo estando errado),
E pensamos que o nosso papel por estes ares acabou,
E que....quer façamos falta quer não,
A nossa partida não será relevante.

Mas na verdade uma subita saudade nos invade,
E nos faz mudar de ideias...
E que naquelas manhas, em que tudo parece correr mal,
Há uma alma singular que espera por nós


Bassel & Oxonia corp.

terça-feira, março 02, 2004

And now, for something completely different

É vero. Hoje escrevo sem uma lágrima! :D

Nunca pensei que um dia que começasse tão tarde, pudesse saber tão bem. Se às 17h ainda estava deitado, as 23h já estava a voar, a sonhar... acordado!

Há palavras, gestos, amizades, que num segundo mudam o mundo. :D :D :D

E viva o smiley! :D

segunda-feira, março 01, 2004

Lata de coca-cola.

Já a noite ia alta, tinha sido uma longa noite em família, uma felicidade de alguns momentos. O reabastecer de energias no regresso a casa, um cachorro quente, pré-pago (como era de esperar). Afinal, foi fantástico.
Mas é triste, acordar e ver ao longe, um grupo de miúdos pobres e sujos, jogando futebol com uma lata de coca-cola.

Será justo festejarmos o que quer que seja?

Francisco Ventura.

Algumas coisas

...Que me afligem,
...Que me fazem ter medo, me espantam!
...Que me chateiam.

Algumas coisas que não gosto,
Que me repelem do seu centro,
Que não me permitem aproximar de si, de me mostrar,
de cantar
de as amar....

Mas felizmente TU não lhes pertences

Basselberg